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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luiz Saraiva Feijó, nascido na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, no Bairro da Lapa, Brasil, em 03 de março de 1937. Sou filho de Cypriano Corrêa Feijó e Neide Dias Saraiva Feijó. Meus avós paternos, Joaquim Pinto Feijó e Emília Corrêa Feijó eram portugueses, de Oliveira de Azeméis, portanto estou a pedir dupla nacionalidade às autoridades da Conservatória de Lisboa, com Processo em curso, iniciado em novembro de 2019, estando em fase de apreciação. Meus avós maternos eram brasileiros, porém com raízes profundas em Portugal. Sou professor universitário, aposentado de duas Universidades do Estado do Rio de Janeiro. Uma Federal (Universidade Federal Fluminense – UFF-) e outra Estadual (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ-). Minha área de conhecimento: Letras Clássicas, Linguística, Literaturas Brasileira, Literatura Portuguesa e Jornalismo. Sou Mestre em Sistemas da Significação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ-. Sou casado com Maria da Glória Costa Feijó e temos 4 filhos e 9 netos. Sou articulista, há 28 anos, do Jornal O PROGRESSO DA FOZ, Porto, Portugal.

Biografia extraída de: https://www.recantodasletras.com.br 

 

FEIJÓ, Luiz Cesar Saraiva.   Remorro. Rio de Janeiro: Livraria Eldorado, 1968.  95 p.  16,5 x 24 cm.  
Ex. bibl. Antonio Miranda, doação do livreiro José Jorge Leite de Brito.

“O autor deste livro é poeta e filólogo. Os poemas contidos no volume são do poeta. O título Remorso, é do filólogo indiscutivelmente. Quero insinuar que só de um professor de linguagem nasceria a ideia que um poeta, somente poeta não aceitaria. /  “(...) nas cantigas de Remorso a vivência da favela e do drama que significa.” “(...) Há sim, inspiração verdadeira, amor espontâneo e necessidade de cantar. Luiz César viveu a vida do morro na sua tarefa de professor, durante 4 anos inteiros. Sofreu com os pobres toda as amarguras humildes.”            TARSO DA SILVEIRA, na orelha do livro.

 

A VOZ DO MORRO

Eu vivo na alma
do homem pobre,
na luta do dia sem data.
Eu luto, eu luto e canto
Canta comigo toda a gente nobre
que o sonho vence a dor
e ilude o pranto.
E em meu pranto,, Mundo,
sinto a cadência ritmada
de exércitos marchando para a guerra.
Avante! Avante!
Enquanto eu grito alucinado
o mundo ri e me aplaude,
grita e urra e se alvoroça
e eu vivo e sofro
esta pequena gente
que sofre e ama
pensando ser feliz.
Eu luto, eu luto
e todos sambam
na noite fria, na brisa matina,
no colorido das ilusões
... e do eterno carnaval...

 

RESSONHO

Ressonho é a brisa que sopra
a nuvem que passa
na pipa que sobe
é o pandeiro que toca
é a mulata que berra
no barraco-maloca.
Ressonho é a noite que mostra
a estreia do céu
na poça da rua
de pranto infeliz.
A luz que apaga a escuridão
o Sol que brilha no teto amarelo
é a chuva que molha
a cama do amor.
Ressonho refresca o dia escaldante
de luta ordinária
com crimes de morte,
A luta não passa, a luta não posso.
Ressonharemos eternamente
na alma singela
do morro ingenuamente feliz.


A ESCOLA DE SAMBA

Viveu vida mais sofrida
que escravidão.
Um ano inteiro de cativeiro feliz
— nem parece, mas sofre —
“Trabalha, trabalha, nêgo...”
A luz é vida, vista cansada,
é bom descansar.
É mais forte que o ócio delicioso
o simples pensar de liberdade total.
Era uma vez um sonho dourado
fantasiado de alegria.
Um dia um mais instruído
leu os estatutos e a Escola saiu.
“É verde a rosa a cor da tua bandeira...”

 

PREPARATIVOS

O bloco se enfeita
e batuca.
Na rua do Cano
na esquina qualquer
esquenta o pandeiro.
Toque que todos
têm de atender.
Ligeiro depressa
toca a cuíca
compasso da vida
curtida na luta.
É som é cor é fantasia
no mundo da imaginação
é preciso a integração
samba pra ver!
Isto é o que todos
precisam aprender.
É a vida de um povo
que ensina sofrendo
que esquece a tristeza
e transforma em beleza
o seu padecer.


*

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Página publicada em fevereiro de 2022




 

 

 
 
 
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